Sempre tive absoluta certeza de que nasci na época certa, que minha ânsia pela vida tinha que ter ferramentas de comunicação, mesmo que menina, mas tinha que ter, e que uma boa dose de liberdade sempre me consumiu. Então eu jamais poderia ter nascido em uma época em que mulheres não tinham tanta liberdade de pensar e agir.
Baseado nisso, honro e respeito tudo o que antecedeu anteriormente ao meu nascimento e toda história vivida até aquele momento.
Sou Gaúcha, e como boa sulista me arrepia ler qualquer coisa que conte a bravura da Revolução Farroupilha, e de toda saga dos Gaúchos que honraram até o fim das suas vidas a liberdade de viver. No meu sangue corre a alma farroupilha.
Farol do Pampa é a continuação da história da Casa das 7 Mulheres, que conta de forma romanceada a história da Revolução Farroupilha e do que aconteceu após o fim da guerra.
Heróis, mortes, e um ideal foi o que moveu essa guerra. Mas passada a Revolução, as famílias riograndenses tentam voltar ao ritmo normal da vida e começam a recuperar a vida e a economia.
Alguns personagens do primeiro livro morreram, outros morrerão no meio do caminho, outra guerra finda e lá se vão muitos homens para uma nova guerra, a guerra do Paraguai, de onde muitos não voltam.
Mas Leticia tem o dom de, em meio às guerras e farrapos, trazer a beleza e a dor de amores, sonhos, angústias e esperanças.
Me percebi sofrendo e amando em muitos momentos durante a leitura desse livro, me vi esperando um final feliz, um reencontro e um afago.
Isso é envolver um leitor, é fazer o leitor sentir sentimentos, imaginar paisagens e acima de tudo entender a história e os valores que estão ali escritos.
Como é lindo ter ciência dos afagos de uns e que, mesmo com tanto tempo e tantas guerras, não foram perdidos no meio do caminho.
Ah como o meu Rio Grande é lindo, como o povo está sempre pronto para a luta, que luta por justiça e liberdade.
Um Farol do Pampa tem personagens reais, histórias reais e romanceadas, tem amor, tristeza, morte, paisagem, flores, aromas, garra, lutas, sonhos e calma.
Vou até ali... Me transportei para meados de 1860, 1902
... e vivi e li grandes histórias.
Viva a saga Rio Grandense, seus heróis e heroínas, homens e mulheres, e acima de tudo suas e minha inabalável força de lutar e reconstruir.