domingo, 30 de agosto de 2009

O ELOGIO AO ÓCIO (Bertrand Russell - Editora Sextante)

Para quem não conhece Russell, ele é um filósofo e o maior defensor da liberdade do pensamento. Nasceu em 1872 e faleceu em 1970.

O próprio nome do livro já diz o que Russell quer nos ensinar com sua sabedoria triunfante.
Todas as mães, e pessoas sensatas e insensatas, deveriam ler este livro.

No final do livro passei a ter a sensação de que sempre faço demais e vivo de menos. E que o ócio é fundamental para se viver e ter um pouquinho de equilíbrio. Tem uma parte neste livro que achei fantástica, que se aplica a mim e a todas as mães novatas como eu:

"As constantes restrições aos movimentos das crianças pequenas, fonte de mal-estar e timidez na vida adulta, serão absolutamente inevitáveis enquanto elas viverem no mundo dos adultos. A escola maternal seria, portanto, tão benéfica ao seu caráter quanto à sua saúde.

Para as mulheres, as vantagens seriam igualmente grandes. Encerrada a fase do aleitamento, elas poderiam deixar os filhos, durante o dia, a cargo de mulheres especialmente treinadas no cuidado de crianças. Não teriam o trabalho de fazer compras, cozinhar e lavar a louça. Sairiam para trabalhar de manhã e voltariam para casa à noite, tal como seus maridos, e, como eles, teriam horas de trabalho e horas de lazer. Veriam os filhos de manhã e à noite, tempo bastante para o afeto, mas não para a exaustão nervosa. Mães que passam o dia inteiro com seus filhos quase nunca têm energia para brincar com eles; os pais costumam brincar com os filhos muito mais do que as mães. Mesmo o mais afetuoso dos adultos está fadado a achar as crianças irritantes se não tiver momentos de descanso de suas clamorosas exigências de atenção. Separados durante as horas de trabalho, mãe e filhos se sentiriam mais afetuosos do que se tivessem passado o dia inteiro juntos e confinados. Depois da imparcialidade das funcionárias da creche, os filhos, fisicamente cansados mas mentalmente em paz, poderiam desfrutar as atenções da mãe. O lado prazeroso da vida em família sobreviveria, sem o lado aflitivo e destrutivo do afeto".

Isto é para todos os pais e mães do mundo. Este filósofo não escreveu isso por acaso, mas sim com bases para afirmar estas palavras.

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