quinta-feira, 11 de outubro de 2012

CONVERSA SOBRE O TEMPO (Zuenir Ventura e Luís Fernando Veríssimo - Editora Agir)


Lógico que, quando comprei este livro, sabia que seria um livro de uma leitura extremamente inteligente, engraçada, e mágica.

Tudo isto se confirmou, mas além destes ingredientes, descobri outros tão fantásticos quanto.

O jornalista Arthur Dapieve remediou esta conversa com estes dois “monstros” da literatura brasileira, e foi extremamente eficaz em cada pergunta e em cada comentário.

Este livro é uma conversa de dois amigos, Luís e Zuenir, sobre amizade, família, paixões, política e morte.

Cada assunto abordado comprova não só opiniões pessoais, mas também toda a inteligência sobre cada um dos assuntos abordados.

Eu aprendi muito, me deparei com tabus de uma forma muito simplista e de uma forma facílima de ser resolvida. Eles falam de uma forma que o complicado se descomplica, o ruim nem sempre é o errado, o certo nem sempre faz bem, e que o óbvio nem sempre é o esperado.

Mas o capítulo que mais me impressionou foi o da política. Impressionante como eles transcendem uma visão política para um estado natural e ao mesmo tempo tão complexo quanto uma democracia capitalista socialista.

O que aprendi sobre socialismo neste livro me deu uma outra visão de mundo.

E aqui também vale a regra do que o complicado se descomplica, o ruim nem sempre é ruim... quero salientar também a humildade destes dois homens e “monstros” da literatura. São genais sim, mas são simplistas em todos os sentidos, inclusive na forma de escrever.

E esta simplicidade faz deles simplesmente únicos e muitos talentosos no que fazem.

Quero dizer que depois de ler este livro, a vida realmente pode ficar bem mais fácil de ser vivida. Kkkkk

Termino com um trecho do Zuenir e mais duas frases do Veríssimo:

Zuenir: "Eu cheguei ao jornalismo tarde, mas nunca deixei de ser jornalista, 24h por dia. Em tudo o que eu fiz, em tudo o que eu faço, eu não consigo deixar de ser jornalista. Ou seja ter a curiosidade da vida. Eu sinto prazer pela vida. Eu gostaria de ser lembrado como uma pessoa que teve muito prazer de viver."

Veríssimo: "A lição maior, à qual eu acho que a gente resiste, é ver o absurdo da vida."


"Eu gostaria de ser lembrado como um cara descente. Um cara descente como foi meu pai, descente em todos os sentidos da palavra. E que, sei lá, tocava um blues respeitável."

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